Daniel Bensaid (1946-2010), filósofo e militante marxista francês, dedicou-se ao estudo e discussão da obra de Marx (e de outros marxistas, de Benjamim a Trotsky), a partir de um cruzamento entre a experiência da luta de classes e o seu pensamento e escritos. Neste livro apresenta um retrato de Marx a partir da sua vida, da sua errância por exílios, das suas relações familiares, da correspondência e discursos, dos trabalhos com Engels, no contexto de um século de revoluções — de 1848, o ano em que escreveram o “Manifesto do Partido Comunista” até à Comuna de Paris — e de grandes mutações. Era o tempo de Darwin e de Dickens, da revolução industrial e da ciência moderna, das grandes Exposições Universais e da Torre Eiffel, da expansão imperial britânica e do ascenso das potências alternativas, a Alemanha e os Estados Unidos.
Este álbum ilustrado acompanha essa história e mostra a energia revolucionária que levou estes militantes exilados e perseguidos a criarem ideias, movimentos e organizações para enfrentar a monstruosidade capitalista que se agigantava. Ao contrário de outras histórias, baseadas unicamente na narrativa desse processo, neste livro Daniel Bensaid escolheu apresentar as imagens da época e os seus personagens, de Flora Tristan a Proudhon, a Bakunine e a tantos protagonistas dos debates e confrontos desse século. Vemos como funcionavam as fábricas, o que era a pobreza e o colonialismo, como vemos como vivia a família Marx, as suas desventuras e desesperos. Percebemos Marx como “detetive da modernidade” e como homem cheio de contradições, sentimos a sua vida real e aprendemos com ela.
Ver prefácio de Francisco Louçã
