«Por um lado, três mil milhões de pessoas vivem em condições indignas. Educação, saúde, energia, água, alimentação, mobilidade, habitação,… : individualmente, estas necessidades são modestas, mas analisadas globalmente são gigantescas. Satisfazê-las só é possível aumentado a produção material. Incluindo a transformação dos recursos do meio ambiente. Ou seja, aumentando o consumo de energia, que hoje é a 80% de origem fóssil, fonte de emissões de gases de efeito de estufa.
Por outro lado, duzentos anos de produtivismo levaram o sistema climático do planeta à beira do enfarte. Para determinadas comunidades – em pequenos Estados insulares, nas regiões árticas, em zonas áridas, em vales de regiões montanhosas onde as águas escasseiam com o desaparecimento dos glaciares – o limiar de risco já foi ultrapassado. Para evitar que as alterações climáticas acelerem e que atinjam centenas de milhões de seres humanos impõe-se uma redução radical nas emissões de gases de efeito de estufa. E, por conseguinte, uma redução no consumo de energias fósseis necessárias atualmente à transformação dos recursos naturais. Ou seja, uma redução da produção material.»
Livro disponível aqui. Autoria de Daniel Tanuro e prefácio de Rita Calvário. Tradução de Ângelo Ferreira de Sousa. Edições Combate, 2012. 240 páginas.