Leituras

AS NOVAS REBELIÕES LATINO-AMERICANAS

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A América Latina converteu-se num foco de resistência significativo ao imperialismo e ao neoliberalismo. As grandes sublevações populares confirmaram a presença dos movimentos sociais e conduziram à queda de vários presidentes neoliberais. Mas qual é o alcance desta onda de lutas? Que programas, sujeitos e projectos se perfilam na região? Lê aqui o artigo completo de Claudio Katz com ilustrações de Joanna Latka.

“Multitudes ventríloquas”

O último livro de Michael Hardt e Toni Negri “Multitude” (Debate, Madrid, 2004) continua a reflexão empreendida em “Império”. Os autores respondem a algumas críticas e objecções, aclaram possíveis mal-entendidos e precisam o seu pensamento. “Multitude” compõe-se de três grandes partes: a que trata da noção de multitude, faz de pivot entre uma primeira parte dedicada à guerra e uma terceira, prospectiva, dedicada à democracia. Artigo de Daniel Bensaïd.

“É necessária uma Quinta Internacional?”

A “Quinta Internacional” não é o “espectro vermelho que assombra a Europa e o mundo” de que falava Marx no Manifesto Comunista, mas é uma ideia que começa a circular. Há pouco, um jornal patronal francês “O boletim dos industriais da metalurgia” falava do perigo de uma Quinta Internacional. Não sei de onde saiu essa ideia? Artigo de Michael Löwy.

Ernst Bloch: Música/Esperança/Revolução

Se preciso fosse, inventava-se uma comemoração. Mas não é preciso. Ernst Bloch nasceu a 8 Julho de 1885 – há pouco mais de 120 anos. Não é este o pretexto – preferimos aqui desconfiar do conforto comemorativo que consiste em despachar uma «figura» em colóquio e atribuir-lhe academicamente as medalhas que o morto já não pode receber (e Bloch não as desejava nem enquanto vivo). Não lhe resumamos a obra, que nem o saberíamos fazer. Limitemo-nos a lançar umas dicas para quem achar que vale a pena conhecer um pensamento aberto, heterodoxo e crítico, contributo ainda vivo (como muitos outros leitores de Marx não-estalinistas do século XX, e muitas experiências práticas de luta) e que pode ser útil para pensar e agir na transformação do presente, em tempos de muitos desânimos, e talvez de muitos perigos, mas também de grandes entusiasmos com o que pode emergir. Artigo de Pedro Rodrigues.

1905: Ensaio geral para um século de Revoluções

A revolução russa de 1905 durou, como o PREC, mais de um ano. O seu ponto culminante foi a greve geral de Outubro, que agora completa 100 anos. Muitas vezes se lhe tem chamado o “ensaio geral” para a revolução de Outubro de 1917. Na verdade, foi muito mais do que isso: foi a primeira revolução proletária do século e a prefiguração de muitas outras que estavam para vir. E estão. Artigo de António Louçã.

De Marx ao eco-socialismo

O combate a favor das reformas ecossociais pode ser portador de uma dinâmica de mudança, de “transição” entre as reivindicações mínimas e o programa máximo, na condição de serem recusados os argumentos e as pressões dos interesses dominantes em nome das “regras de mercado”, da “competitividade” ou da “modernização”. Algumas reivindicações imediatas já são, ou podem tornar-se rapidamente, o espaço de uma convergência entre movimentos sociais e movimentos ecológicos, sindicatos e defensores do meio ambiente, “vermelhos” e “verdes”. Artigo de Michael Löwy.

Barbárie e modernidade no século XX

A palavra “bárbaro” é de origem grega. Ela designava, na Antiguidade, as nações não-gregas, consideradas primitivas, incultas, atrasadas e brutais. A oposição entre civilização e barbárie é então antiga. Ela encontra uma nova legitimidade na filosofia dos iluministas, e será herdada pela esquerda. O termo “barbárie” tem, segundo o dicionário, dois significados distintos, mas ligados: “falta de civilização” e “crueldade de bárbaro”. A história do século XX obriga-nos a dissociar essas duas acepções e a reflectir sobre o conceito – aparentemente contraditório, mas de facto perfeitamente coerente – de “barbárie civilizada”. Artigo de Michael Löwy

POUM 1935-2005: A nossa herança teórica

Tomando como pretexto os setenta anos da guerra civil espanhola, publicamos este texto não para soprar as velas mas para lembrar a importância de uma das mais ricas, marcantes (e difíceis) experiências revolucionárias do século passado e aprender com os combates e as ideias das correntes não‑estalinistas que souberam actualizar na prática a força de um marxismo vivo. Artigo de Jaime Pastor.